terça-feira, junho 26, 2012

Andebol Mariense 2011/12: Um balanço.


Troika, crise, falta de poder de compra são estas as expressões mais utilizadas pelos portugueses e em particular os marienses no último ano, têm sido de facto um ano apertado no que á economia diz respeito, obviamente que em consequência muitas outras atividades da vida dos cidadãos sentem tais restrições e apertos, desta feita o desporto “leva por tabela”, onde também sente a falta de apoios para os projetos inicialmente idealizados pelos seus técnicos e dirigentes.
No caso em concreto, quando em Setembro de 2011 se perspetivou a época desportiva do representante mariense na 2ª Divisão Nacional de Andebol, decerto não se antevia este tão acentuado aperto financeiro, contudo e ao contrário da habitual descrença dos adeptos desportivos portugueses por via da situação menos positiva do país, a equipe sénior do Clube Desportivo Os Marienses, realizou e depois dum bom planeamento de pré-época, uma excelente Fase de Apuramento, que na ótica dos mais sépticos não seria possível, num campeonato muito disputado até há última jornada.
A equipe do mariense Pedro Resendes alcançou o 3º lugar com um total de 10 vitórias, 6 derrotas e 2 empates, somando 40 pontos, apurando-se para a fase Final da 2ª Divisão, feito pouco vulgar por estes lados do atlântico e que eventualmente até poderia originar um possível acesso á 1ª Divisão Nacional.
Desta feita com inicio a 1 de Abril e desfecho a 9 de Junho os Marienses disputaram esta fase com os outros dois representantes da zona sul, o CDE CAMÕES e o CS MARÍTIMO DA MADEIRA, bem os representantes da zona Norte, AA AVANCA, ACADÉMICO FC e o AC SÃO MAMEDE, ou seja neste campeonato a seis, o nível era muito diferente da fase de apuramento, destacando-se desde logo a competitividade das duas equipes do sul que tinha anteriormente tinham obtido os 2 primeiros lugares na fase de apuramento e a equipe do Avanca que com o passar do tempo se destacou da concorrência pelo andebol praticado e tendo obtido o título de Campeã da 2ª Divisão Nacional.
A equipe mariense novamente com as já conhecidas limitações de formação de plantel para as viagens, infelizmente em muitas deslocações nem sempre fez deslocar os atletas com mais qualidade técnica, devido a muitos factores como sejam as questões de âmbito profissional e familiar, desta feita o resultado final de sexto lugar, com 8 derrotas, 1 empate e 1 vitória, não demonstra fielmente a qualidade técnica demonstrada essencialmente nos jogos realizados no seu recinto, onde todas as partidas foram disputadas até aos últimos instantes e onde o resultado final esteve sempre indefinido, contudo nos jogos fora do seu recinto com todos os condicionalismo existentes nem sempre o desempenho foi consoante o expectável.
Em qualquer competição desportiva a vitória é “por norma” razão de alegrias (ou não!), no caso desta equipe e conforme valorizado por alguns, o feito de levar uma equipe de jovens marienses a uma fase final já é por si só sinónimo de valorização, de valorizar as excelentes molduras humanas que animam quinzenalmente o Pavilhão do Complexo Municipal de Vila do Porto dando o seu apoio á sua equipe, de valorizar aqueles que por opção própria quinzenalmente se afastam da família e levam o nome da nossa terra a muitas outras localidades do pais, que caso não fosse o desporto e nossa equipe de andebol talvez nem soubessem onde se situava a ilha de Santa Maria, talvez se não fosse o desporto alguns negócios marienses, no Inverno, não tivessem razão de existir e em consequência alguns empregos se perderiam.
Independentemente das analises internas e dos seus responsáveis, que como é óbvio querem sempre mais e melhor para o emblema da rua do Cotovelo, o comum dos adeptos talvez após o objectivo da permanência garantida e da presença na fase final imaginaria um melhor desempenho nesta fase, mas na prática este mesmo adepto tendo a noção do nível competitivo desta fase, somando aos condicionalismo conhecidos por todos, talvez tenha a consciência que os resultados obtém-se com o somatório de vários factores, que nem sempre a equipe mariense teve ao seu dispor, onde se destaca a insularidade e a disponibilidade para viajar!
Nesta perspectiva poderá fazer-se uma analise que o desempenho desta grupo de jogadores foi acima daquilo que era expectável, tendo-se a certeza que os reforços de inicio de época foram uma mais valia para o conjunto mariense, os golos marcados não devem ser motivo de megas valorizações de atletas, mas na prática realçam-se no fim das épocas, aqui neste sentido “nosso” Siarhei Kavalenka novamente demonstrou que para além do 5º melhor marcador da prova é um atleta completo com elevado nível de profissionalismo mesmo estando no segundo escalão do andebol português.
Esta fase final não será decerto factor de maior ou menor motivação para a época que dentro de um mês se iniciará, mas sim os bons desempenhos obtidos e o respeito que os atletas adversários já têm quando se confrontam com esta equipe insular.
Com uma formação do clube, que continua a dar frutos, este ano novamente com o título de Juniores e Juvenis para Santa Maria e 2ªlugar nos iniciados, a equipe sénior provavelmente não se poderá aliar da qualidade que virá essencialmente para já do escalão de juniores, onde infelizmente (a nível desportivo) alguns se ausentaram para prosseguir estudos. Dependendo do projeto que se perspectiva, que se julga ambicioso mas dentro dos limites normais estabelecidos pelos responsáveis do clube nos últimos anos, pois o momento actual a isto também obriga pois na sequência da escassez de apoios e dos sucessivos cortes governamentais, há que escolher mais-valias para uma equipe que continua a ser a estandarte do desporto mariense.
Texto: PR

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