terça-feira, setembro 23, 2008

Árbitros Marienses marcaram presença.

Foram 19 os árbitros de voleibol dos Açores escolhidos para participarem no II Clinic de Arbitragem, que decorreu no fim-de-semana, numa organização da Associação de Voleibol de São Miguel, uma acção de formação que teve como objectivo o reforço das competências e a melhoria das capacidades futuras dos árbitros, no sentido de evoluírem na sua carreira e elevarem os seus desempenhos nas competições a que serão chamados. Entre estes 19 árbitros - os quais Augusto Mendonça e Alexandre Reis de Santa Maria -, marcaram presença ainda alguns estagiários e outros que já pertencem aos quadros dos nacionais.
O II Clinic de Arbitragem contemplou as componentes teórica e prática, bem como as relações humanas, principalmente na interacção com os treinadores e abordaram a questão do stress e da ansiedade.
Coube ao árbitro, Hélio Ormonde, a abertura dos trabalhos, onde explicou que a opção de realizar a formação em regime de internato teve por finalidade o “desenvolvimento do espírito de solidariedade e a melhoria das relações inter-pessoais” entre os árbitros de voleibol, sem esquecer o “aperfeiçoamento das competências técnicas” de cada um.
O primeiro dia de trabalhos incidiu sobre os regulamentos federativos, a cargo do árbitro António Sobral, que abordou as regras do voleibol e algumas técnicas de arbitragem.
A componente prática foi ministrada por Rui Resende, já no segundo dia e no Complexo Desportivo das Laranjeiras, incidindo os seus trabalhos nos elementos técnico-tácticos.
Assim, os árbitros presentes nesta acção puderam colocar em prática os conhecimentos teóricos já adquiridos, conciliando as duas vertentes para uma melhor compreensão e assimilação dos processos.O terceiro dia do II Clinic de Arbitragem foi reservado para debater o tema do stress e ansiedade, que contou com a participação da psicóloga, Cláudia Dias.
Neste painel, os árbitros tiveram a oportunidade de aprender a lidar com estes factores que podem, de alguma forma, condicionar o seu desempenho arbitral.
Curiosamente este foi o tema que gerou muito interesse dos árbitros e, cujos os efeitos práticos só deverão ser visíveis por cada um, dado que a preparação psicológica para cada jogo e a análise posterior à sua prestação são feitas no pensamento de cada pessoa.
Neste sentido, a psicóloga tentou ajudar a lidar com estes aspectos tendo em conta que um árbitro – neste caso de voleibol – está sujeito a pressões vindas dos atletas, treinadores e público.
Questionada sobre se o deixar-se afectar poderá resultar numa prestação menos positiva e quais as principais forma de pressão, Cláudia Dias afirmou que “nenhum factor pode ser eliminado. Podem ser os jogadores, o público ou até os treinadores. Depende de vários factores porque há atletas que conhecem os árbitros e sabem como os pressionar, esperam até por uma determinada hesitação para pressionarem”.
Claro está que se o árbitro deixar-se levar pelo stress, menos bom será o seu desempenho, mas a psicóloga frisa que não são apenas “os homens árbitros que sentem a ansiedade. O stress pode reflectir-se no trabalho dos jogadores ou técnicos. Basta que acusem a pressão para ficarem aquém do esperado”.
Interrogada sobre o facto de estarmos num meio pequeno, como é os Açores e, tendo em conta que quase todos se conhecem, se a pressão será maior, Cláudia Dias explica que é sempre diferente, já que depende do nível em que se encontrem, dando como exemplo os árbitros mais novos que “estão a construir a sua identidade e sentem uma pressão diferente. Os mais velhos já têm algum estatuto e a experiência ajuda-os a reagir”.
Por outro lado a pressão que cada um coloca sobre si próprio pode ser uma fonte de anseio. Cláudia Dias sublinha que esse é dos “principais stress que se pode ter”, pois está aliado à vontade de “querer ter um bom desempenho”. Para superar este factor poderá usar-se “estratégias a nível cognitivo” que permitem ao árbitro manter o foco no trabalho.
Fonte: Açoriano Oriental / Foto: Direitos Reservados

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