O Saxo já está na oficina da RUTOR.......
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Paulo Andrade é um dos jovens pilotos marienses que nos últimos anos têm conseguido quebrar as fronteiras de uma ilha pequena para se lançarem na disputa do agora denominado Campeonato dos Açores de Ralis. Após uma época de aprendizagem em que os momentos altos e os baixos se equivaleram na análise que o piloto faz da temporada, surge agora a aposta numa nova viatura.
Porque é que decidiu vender o Toyota Yaris?
Posso dividir a temporada passada em dois tipos de prova: aquelas em que tudo correu bem e as outras onde tudo correu muito mal. Analisadas as causas dos momentos menos bons chegámos à conclusão que o Yaris, sendo um bom carro, não era o ideal para o nosso estilo de condução. Apesar disso ainda conseguimos fazer alguns bons tempos. Surgiu então a vontade de evoluir para um carro onde nos possamos sentir mais à vontade.
Foi aí que pensaram no Saxo?
Há algum tempo que eu achava que o Saxo seria o carro ideal para o próximo passo de carreira mas só pensei a sério nisso quando vendemos o Yaris ao Helder Figueiredo. Só assim se concretizou um namoro que já tinha uns meses com o Saxo do Sandro Andrade. Nunca tinha apresentado proposta para a compra do carro porque não estava definida a situação do Yaris...
A criação do Troféu Olavo Esteves Competições / Auto Avelino ajudou a decidir o investimento no Saxo?
Para dizer a verdade só me inscrevi no troféu no penúltimo dia. Um troféu que se fica por duas provas na Terceira e pelo Rali de Santa Maria não tem muito interesse mas como comprei o Saxo acabei por me inscrever. Mas não estabeleci quaisquer objectivos. Há lá gente muito mais experiente e com carros com níveis de preparação muitíssimo superiores e depois há todos os pilotos da Terceira que vão fazer duas provas em casa num troféu onde contam os dois melhores resultados...
Já experimentou o carro? Quais as impressões com que ficou e qual o nível de preparação da viatura?
Andei com o Sandro em terra e conduzimos os dois. Notei uma grande diferença posso dizer que fiquei surpreendido! Face ao Yaris, o Saxo tem muita força em quartas e quintas velocidades e agarra-se à estrada nas curvas. O carro é bastante mais rápido apesar de possuir um motor de troféu muito pouco alterado que debita cerca de 140 cavalos. As suspensões de terra são de boa qualidade e as de asfalto são as de troféu.
A equipa continua 100% mariense?
Exactamente! O meu navegador, o Hugo Carvalho, também é de Santa Maria.
A assistência também está confiada a um homem com fortes ligações a Santa Maria...
Sim, gostei imenso do trabalho da Rutor no ano passado e não havia qualquer motivo para mudar. O Rui Torres sempre foi para mim, e para todos os marienses que gostam de ralis, uma referência. Quando comprei o Saxo falei com ele e claro que chegámos facilmente a um acordo para a assistência e preparação do carro. Aliás, o Saxo está agora nas oficinas da Rutor onde estão a ser feitos os trabalhos de passagem para asfalto. Dentro de uma ou duas semanas vou a S. Miguel testar o carro...
Voltando um pouco atrás, como encarou os acidentes de que foi protagonista no ano passado?
Acidentes são coisas que podem acontecer até aos mais experientes. Assumo, no entanto que eles fazem parte do processo de aprendizagem. Aprende-se sempre com os erros, mas quando batemos aprendemos ainda mais e mais depressa! Houve situações que precisamos corrigir: notas mal dadas, excessos, arriscar quando o resultado era satisfatório e estava tudo controlado...
A lição está então aprendida?
Penso que sim. Para este ano o objectivo passa por terminar provas para aprender o máximo possível. Não vou arriscar até porque vou entrar no campeonato sem quaisquer objectivos de classificação final. Quero, isso sim, conhecer o carro e os seus limites, tanto no asfalto como em terra para que em 2009 já possa fazer uma temporada mais a sério.
Vai fazer o campeonato na sua totalidade?
Não, conto fazer apenas 5 ralis: os dois da Terceira, Santa Maria, Ribeira Grande e Lagoa. De fora ficam o Faial onde não me poderei deslocar por motivos pessoais e o Sata por causa do investimento obrigatório no HANS que não quero fazer já este ano.
Como vai a angariação de patrocínios em Santa Maria?
Está tudo muito difícil. Estou à espera de uma resposta definitiva por parte da Câmara Municipal. Os comerciantes locais não estão muito abertos a patrocinar ralis que dizem ser um desporto de ricos... Ainda assim há aqui, numa das ilhas mais pequenas do arquipélago, um grupo significativo de pessoas que têm paixão pelos ralis e que fazem das tripas coração para fazer o campeonato. Outros esperaram pacientemente que chegue o mês de Agosto e o Rali de Santa Maria... Fonte: Açoriano Oriental (FV) na Edição do dia 24 de Fevereiro de 2008